Pela primeira vez em 25 anos de G20, crianças e adolescentes tiveram voz ativa e puderam compartilhar suas preocupações e priioridades diretamente aos líderes globais. Durante a Cúpula Social do G20, que aconteceu nos dias 14 a 16 de novembro no Rio de Janeiro, a Save the Children junto à Plan International Brasil realizaram no dia 14/11 o “Evento de Alto Nível: G20 e os Direitos de Crianças e Adolescentes”, na quinta (14/11).
Ynara F. e Julia, de 17 anos, jovens articuladoras e comunicadoras do Centro de Defesa dos Direitos da Criança e do Adolescente (CEDECA Rio de Janeiro, filiado à ANCED-Brasil) e Maria Eduarda, de 16 anos, participante de projetos da Plan International Brasil, entregaram aos líderes do G20 Social uma carta com as reivindicações de 50 mil crianças e adolescentes de 60 países.
O documento é resultado de uma consulta global, liderada pela Plan International Brasil e pela Save the Children, em parceria com a Joining Forces, o Movimento Mundial pela Infância da América Latina e do Caribe e o grupo de articulação brasileiro “Crianças no G20″. Ele trata sobre temas prioritários para o G20, como mudanças climáticas, economia justa, combate à pobreza, reforma da governança global e igualdade de gênero e racial.
A Carta traz recomendações claras:
Nossas recomendações a líderes do G20 são claras:
1. AÇÃO CLIMÁTICA IMEDIATA: O impacto das mudanças climáticas é brutal e presente. Secas, queimadas, inundações e poluição destroem nossa saúde física e mental, ameaçam nosso acesso à água limpa e comprometem nossa alimentação, especialmente em comunidades vulneráveis. Exigimos que o G20 atue com prioridade na redução de emissões de gases de efeito estufa, na proteção das florestas e que nos envolva nas decisões climáticas aos níveis local, nacional, regional e global. Nós sentimos na pele a urgência de agir — vocês também deveriam.
2. COMBATE À FOME E À POBREZA: A insegurança alimentar não é uma estatística distante para nós; é uma realidade cruel. Crianças negras, indígenas e de comunidades rurais e as meninas sofrem desproporcionalmente com a falta de alimento e oportunidades de estudo. Exigimos políticas que garantam alimentos e assistência para crianças em situação de rua ou deslocadas. Queremos uma infância em que lutar pela sobrevivência não seja nossa primeira lição de vida.
3. PARTICIPAÇÃO POLÍTICA EFETIVA: Não toleramos mais sermos ignorados e ignoradas. Participamos de reuniões e discussões, mas nossas propostas são frequentemente desconsideradas. Exigimos espaços reais de formação e participação política, acesso à tecnologia e envolvimento em todas as decisões políticas que nos impactam diretamente, inclusive a nível global.
4. EQUIDADE ECONÔMICA E INVESTIMENTOS JUSTOS: A pobreza e a desigualdade nos impedem de crescer com dignidade e oportunidades iguais. Exigimos investimentos robustos em educação e apoio às nossas famílias, para que possamos construir um futuro digno.
5. IGUALDADE DE GÊNERO E JUSTIÇA ÉTNICO-RACIAL: Meninas, crianças e adolescentes negras e negros, indígenas e de comunidades tradicionais enfrentam violência e exclusão diariamente. A educação deve combater estereótipos, e as políticas públicas precisam apoiar economicamente esses grupos. Não toleraremos desigualdade.
O grupo “Crianças no G20” é composto por Save the Children, Plan International, Instituto Alana, ANDI – Comunicação e Direitos, Childhood, FamilyTalks, Fundação José Luiz Egydio Setúbal, Instituto Promundo, Fundação Maria Cecilia Souto Vidigal, Centro Internacional de Estudos e Pesquisas sobre a Infância (CIESPI/PUC-Rio), Coalizão Brasileira pelo Fim da Violência contra Crianças e Adolescentes, Associação pela Saúde Emocional de Crianças (ASEc+), Soulbeegood, Vertentes – Ecossistema de Saúde Mental, Global Mental Health Action Network, Instituto Árvores Vivas para Conservação e Cultura Ambiental, Instituto Jô Clemente e Rede Nacional Primeira Infância (RNPI), Orygen, ItotheN e Catalyst 2030.
O CEDECA Rio de Janeiro agradece pelo convite convite, apoio e parceria da Save the Children LAC @savethechildrenlac
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